A duas cores. Num movimento flutuante, o corpo transita entre o tudo e o nada. A duas cores. O som do vento é ainda fraco mas evidente. Não existem traços faciais. A juventude desaparece por detrás de um capelo onde o mistério toca os limites do desconhecido. A duas cores.
Seis mãos tocam a terra. Deixam-se ficar. Pressentem o movimento giratório dos moinhos de vento. Ouvem a voz do tempo. Descodificam a sua mensagem.
Permitem-se contagiar pela atmosfera dos sentidos, e transferem os movimentos corporais para o lado doce da inconsciência.
«É hora de fugir» - segredam em concordância, sem deixarem de renunciar à liberdade individual de escolha.
As personagens multiplicam-se num espaço onde não existe a cor da diferença. O tempo passa por elas e não conta nada de novo. Cumpre-se o destino da existência, por entre as sombras de quatro moinhos de vento infatigáveis.
O anos passaram. É tempo de encontrar um chão. Um chão que não abra mão do seu próprio espaço, nem se deixe consumir por moinhos de vento.
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