quarta-feira, 5 de outubro de 2011

O Valor da Vida Animal *

“Os seres cuja existência depende (…) da natureza, têm contudo, se são seres irracionais, apenas um valor relativo como meios e por isso se chamam coisas, ao passo que os seres racionais se chamam pessoas, porque a sua natureza os distingue já como fins em si mesmos” *



Mas o que significa a expressão “fim em si mesmo”? Para Kant, o homem surge como um ser insubstituível e que tem uma espécie de “valor intrínseco”. Podemos perceber, na teoria kantiana, a distinção das coisas que têm valor absoluto ou incondicional, isto é, as coisas que são boas em si mesmas, independentemente de todas as condições, das coisas que têm valor condicional, isto é, coisas cuja bondade depende de condições externas. De acordo com Kant, a única coisa boa que possui valor absoluto é a boa vontade.
“Tudo na natureza age segundo leis. Só um ser racional tem a capacidade de agir segundo a representação de leis, isto é, segundo princípios, ou: só ele tem uma vontade.”*

A alusão ao substantivo “coisas” para caracterizar todo o animal desprovido de razão, bem como a ideia de valor absoluto, inerente ao animal humano parecem evidentes para Kant. Mas, o que é o valor? Porque é que os animais, quer sejam humanos ou não humanos, têm que valer alguma coisa? É uma questão de dignidade? Se assim for, porquê excluir os animais não humanos da esfera de consideração moral, a que os animais humanos têm direito?
Embora algumas destas questões permaneçam sem resposta, o Presidente do PAN (Partido pelos Animais e pela Natureza), Paulo Borges, confessa que a vida não depende da interpretação que fazemos dela e que a existência de valores intrínsecos reside na certeza da existência de 'uma vida' .
Através de uma entrevista integrada em formato de reportagem, Paulo Borges, expõe a sua perspectiva relativamente às questões propostas, sem deixar de enfatizar os principais princípios que estruturam a visão que o PAN tem, no que diz respeito aos direitos dos animais, da natureza e do meio ambiente.
Para ouvir a reportagem sobre este tema, clique aqui .
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*1 - KANT, I. Fundamentação da Metafísica dos Costumes. Lisboa. Edições 70, 1986.

*2 - Devo um agradecimento especial ao professor David G. Santos: o professor que me ensinou a pensar sobre algumas das temáticas expostas, e sem o qual não teria sido possível a realização desta reportagem.




1 comentário:

  1. Parabéns pelo post e boa sorte com o blog! :) *

    http://awomansdiary11.blogspot.com

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