«Estou cansado de me sentar numa cadeira e ver sempre o mesmo palco à minha frente»
O tom de voz legitima uma indignação premente, que se estende à percepção de um palco, que define como sendo «um espaço virgem», que merece ser convertido numa paisagem vibrante e aberta à contemporaneidade.
Perante a questão de um espaço, que considera estar «mal resolvida», Rui Horta confessa contaminar as suas criações com conceitos sui generis, que «mudam a forma como as pessoas vêem o que vêem». Ainda que, numa fase inicial o público mostre alguma estranheza, «rapidamente encontra o espaço onde se sente bem».
Numa declarada reflexão referente à criação de novos públicos, como factor catalisador numa sociedade que precisa de abrir horizontes, Rui Horta destaca a necessidade de um público emancipado, e afirma ser «extraordinária a existência de criadores que consigam respeitar o lugar do espectador, que não imponham as suas obras mas que as consigam negociar com o público.»
«Acredito que neste espaço podem existir respostas e iluminações. Acredito que o Homem se revela na dúvida e no espaço da transgressão.»
Rui Horta
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