Num tom de voz realista, António Costa encara a ‘recaída’ como parte do processo terapêutico. «Não é uma situação para dramatizar. É uma situação para procurar não repetir», reforça.
Um processo de tratamento geralmente longo, e caracterizado por um modelo integrado de intervenção, mostra ter recursos terapêuticos activos.
De acordo com um dos coordenadores do Centro das Taipas, a função dos terapeutas passa por pegar nos utentes com períodos de consumo longos e de abstinência curtos, para convertê-los em períodos de consumo curtos e de abstinência longos.
«Ninguém consegue deixar de consumir por ninguém. Os técnicos de saúde dão a ajuda necessária para que o processo de tratamento ocorra, mas o esforço por parte do utente é essencial.»
Um processo de tratamento geralmente longo, e caracterizado por um modelo integrado de intervenção, mostra ter recursos terapêuticos activos.
De acordo com um dos coordenadores do Centro das Taipas, a função dos terapeutas passa por pegar nos utentes com períodos de consumo longos e de abstinência curtos, para convertê-los em períodos de consumo curtos e de abstinência longos.
«Ninguém consegue deixar de consumir por ninguém. Os técnicos de saúde dão a ajuda necessária para que o processo de tratamento ocorra, mas o esforço por parte do utente é essencial.»
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O recurso à psicóloga, que o acompanhou no Centro de dia do IDT, marcou o início de um novo projecto terapêutico. Uma nova aliança.Virar a página e seguir em frente, foi o desafio a que se propôs. O olhar é agora confiante. A voz grave e baixa pondera a percepção realista de um homem marcado. «Não sou o Super-Homem, nem nunca hei-de ser. Mas sei que não quero a droga na minha vida. O tempo é o melhor remédio».
Ainda que o tempo seja um factor preponderante na recuperação de qualquer toxicodependente, também a sociedade tem um papel decisivo num processo de reinserção social. «A toxicodependência continua a ter um rótulo. Dou por mim a omitir o meu passado para conseguir um emprego».
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Os toxicodependentes continuam a ser rotulados pela sociedade, embora não sejam vistos como há vinte anos atrás. «Já não é o assaltante da seringa, o ladrão, a pessoa que pode transmitir doenças e que tem uns hábitos esquisitos que podem constituir um perigo para os nossos filhos».
A diminuição da incidência sobre os novos casos, o controlo das doenças associadas à toxicodependência e a diminuição da criminalidade, com instituições que inibem o recurso a subterfúgios ilícitos, representam alguns dos factores que justificam a nova percepção social, que gira em torno desta questão.
António Costa confirma, que hoje a toxicodependência é considerada um problema de saúde mental, que pode ser assistido, recuperado e que não tem que constituir um risco para a sociedade. «Os toxicodependentes são pessoas que deram um passo errado na vida», remata.
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