sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

À Margem das Emoções - 3ª Parte

Ainda que numa fase inicial, o consumo de substâncias psicoactivas, possa ser considerado através de uma abordagem psicanalítica, na medida em que a dependência é vista como sintoma de um conflito psicológico subjacente ou de uma personalidade previamente vulnerável, numa fase posterior da dependência, o problema revela contornos distintos.
Num dos gabinetes do Centro de Dia, do Parque de Saúde de Lisboa, o ambiente é tranquilo. Sentado num dos sofás do mesmo gabinete está António Costa - Coordenador do grupo de trabalho, relativo ao Consumo de Substâncias Psicoactivas e Comorbilidades Psiquiátricas, do Centro das Taipas, em Lisboa.
De olhos postos num copo com café, António Costa explica que as características psicológicas de uma determinada pessoa, poderão conduzir ao desejo de experimentar uma substância psicoactiva. No entanto, numa fase de dependência, o consumo deixa de estar associado a uma necessidade psicológica, para passar a ser uma necessidade física.
«Um cérebro que se habitua a funcionar com a heroína, por exemplo, quando ela lhe falta, ele grita dizendo – ‘Dá-me que eu preciso dela!’ – O corpo pede aos gritos e isso traduz um desejo imperioso de consumir.»

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